Custódio da Terra Santa comenta significado de sua visita ao Brasil
Diálogo, evangelização,
significado da visita ao Brasil. Esses foram alguns dos temas
abordados pelo Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton, que
está em viagem ao Brasil e visitou nesta segunda-feira, 29, a sede
da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). Ele presidiu
a Missa às 7h e depois pôde conhecer as instalações
da sede.
O Custódio da Terra
Santa é uma das principais autoridades religiosas cristãs no país
da Bíblia. Desde o último dia 24 de janeiro, Frei Patton já passou
pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e deve visitar ainda
Brasília e Recife. Uma peculiaridade dessa viagem é que é a
primeira vez que o país recebe o Custódio da Terra Santa e, para a
Custódia, o país é importante por tantas razões, como ser a maior
nação católica do mundo. No último ano, triplicou o número de
peregrinos brasileiros que visitaram a Terra Santa, informou Frei
Patton.
Não faltou na fala do
Custódio um comentário sobre a importância da parceria com a
Canção Nova, no trabalho desenvolvido no Christian Media Center, o
centro de comunicação dos franciscanos em Jerusalém. “Ajuda-nos
a difundir a mensagem da Custódia da Terra Santa em todo o mundo.
Portanto, poder vir também aqui na sede da Canção Nova é para mim
um gesto de reconhecimento e estima”.
Em sua visita à Canção
Nova, Frei Patton conversou com a nossa equipe de Jornalismo não só
sobre o significado de sua visita Brasil, mas também sobre alguns
temas atuais e de repercussão internacional. O primeiro deles foi a
grande repercussão que teve em dezembro passado a decisão do
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de transferir
a embaixada norte-americana para Jerusalém, declarando
que a reconhece como a capital de Israel.
“Da nossa parte, o que
continuamos a repetir é a posição que também a Santa Sé tem no
que diz respeito à cidade de Jerusalém, a ideia que para a cidade
de Jerusalém deveria haver um estatuto internacional de tal modo que
a cidade de Jerusalém, que tem um valor mais religioso, mais
teológico, que político, possa ser verdadeiramente a cidade que é
partilhada por judeus, cristãos e muçulmanos”.
Diálogo
Outro assunto atual
comentado por Frei Patton foi o terrorismo, prática tão recorrente
em territórios do Oriente Médio. Perguntado sobre os caminhos para
dialogar com essa parcela extremista, o custódio admitiu que o
diálogo com os grupos mais extremistas é muito difícil. Os frades
estão presentes também na Síria, há dois deles em uma área que
está sob controle de uma evolução da Al Qaeda.
“Para esses dois
frades que permanecem ali próximos a cerca de 200 cristãos, o
diálogo é realmente muito difícil, porque o terrorista, como o
fundamentalista, não tem o conceito do respeito pela liberdade do
outro, não tem o conceito de liberdade de consciência que é
fundamental para poder também instaurar qualquer tipo de diálogo e
para poder experimentar qualquer forma de respeito. Portanto,
naquelas situações, o diálogo é um diálogo voltado, poderíamos
dizer, a limitar os danos e proteger o máximo possível os poucos
cristãos que permaneceram naquele lugar”.
Frei Patton ressaltou,
porém, que não há apenas os terroristas e os fundamentalistas; há
muitos outros muçulmanos que não são nem terroristas nem
fundamentalistas e com os quais o diálogo é possível e cotidiano.
“Nós experimentamos isso em todos os países do Oriente Médio nos
quais estamos presentes: em Israel, na Palestina, na Jordânia, no
Líbano, na Síria e no Egito. Ali, como o diálogo acontece? Nos
encontros de todos os dias. Para dialogar, nós não devemos pensar
‘este é muçulmano, este é judeu, ou este é de outra confissão
religiosa’. Para dialogar, é preciso pensar ‘tenho diante de mim
uma pessoa’”.
O custódio destacou
que, uma vez que há a coragem de dar o primeiro passo rumo à outra
pessoa, na maioria das vezes descobre-se que o diálogo é possível
e que o encontro pessoal é aquele que permite reduzir os
preconceitos recíprocos e começar um caminho de diálogo. “O
fundamental é sempre encontrar o outro como pessoa. O outro é uma
pessoa. E ter a convicção de que no outro eu posso viver um
encontro que é desejado por Deus, devo entrar com o coração livre,
aberto, o que Deus quiser, será”.
Fonte da Noticia: Canção
Nova News
Reprodução da Noticia:
Blog Tenda Católica
Comentários
Postar um comentário