Em audiência no Vaticano, Papa alerta sobre o vírus da indiferença
Um alerta sobre a
indiferença, um inimigo a ser combatido tanto quanto o ódio, uma
vez que paralisa e impede de fazer aquilo que é certo. Esse foi o
tom do discurso do Papa Francisco ao receber em audiência nesta
segunda-feira, 29, os participantes da conferência internacional
sobre a responsabilidade dos Estados, das Instituições e dos
Indivíduos na luta contra o antissemitismo e contra os crimes
relacionados ao ódio antissemítico. O evento acontece hoje em Roma
junto ao Ministério dos Negócios Exteriores e da Cooperação
Internacional.
Francisco qualificou
como nobre o trabalho ao qual o evento se propõe e destacou uma
palavra aos presentes: responsabilidade. Ele observou que ser
responsável é ser capaz de responder; logo, não basta analisar as
causas da violência, mas é preciso ser ativo em responder a essas
problemáticas, o que inclui uma luta não somente ao ódio, mas
também à indiferença, uma atitude que paralisa.
“Não me canso de
repetir que a indiferença é um vírus que contamina perigosamente
os nossos tempos, tempos nos quais estamos sempre mais conectados com
os outros, mas sempre menos atentos aos outros. No entanto, o
contexto globalizado deveria nos ajudar a compreender que ninguém de
nós é uma ilha e que ninguém terá um futuro de paz sem um amanhã
digno para todos”.
Francisco recordou ainda
junto aos participantes do evento
sua visita aos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau,
durante sua estadia na Polônia para a Jornada Mundial da Juventude
(JMJ) de 2016. “Um silêncio inquietante, que deixa espaço somente
às lágrimas, à oração e ao pedido de perdão”.
Diante do vírus da
indiferença, o Papa indicou como “vacina” a memória, fazer
memória de todo o caminho para recuperar a humanidade e superar as
formas de apatia para com o próximo. Foi esse “fazer memória”
que Moisés indicou ao povo que desejava o futuro prometido, olhar
para os passos já realizados. “A memória é a chave de acesso
para o futuro e é nossa responsabilidade entregá-la dignamente às
jovens gerações”.
“Queridos amigos,
ajudemo-nos a fazer fermentar uma cultura da responsabilidade, da
memória e da proximidade, e a estabelecer uma aliança contra a
indiferença, contra toda indiferença. Certamente será de ajuda o
potencial da informação, mas ainda mais importante será a
formação. É urgente educar as jovens gerações a envolver-se
ativamente na luta contra os ódios e as discriminações, mas também
em superar as contraposições do passado e nunca se cansar de
procurar o outro”, concluiu o Pontífice.
Fonte da Notícia:
Canção Nova News
Reprodução da Notícia:
Blog Tenda Católica
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