CNBB é solidária com as vítimas em Brumadinho (MG) e afirma que o “Desastre de Mariana” ensinou muito pouco
A
presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu Nota de
Solidariedade na tarde deste sábado, 26 de janeiro, a respeito do fato ocorrido
ontem, sexta-feira, quando houve o rompimento da barragem Mina Córrego do
Feijão, em Brumadinho(MG).
Na nota, os bispos destacam
que aquela tragédia recente e semelhante quando houve rompimento de outra
barragem em Mariana (MG) ensinou muito pouco.
Em
nome do episcopado brasileiro, os bispos da presidência se unem aos familiares
das vítimas e às comunidades para pedir: “As
famílias e as comunidades esperam da parte do Executivo rigor na fiscalização,
do Legislativo, responsabilidade ética de rever o projeto do Código de
Mineração, e do Judiciário, agilidade e justiça“.
A
presidência manifesta estar unida também com toda a família arquidiocesana de
Belo Horizonte e reforça o pedido do arcebispo, dom Walmor Oliveira: “É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre
ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades,
na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga
aberta no coração de Minas Gerais”.
No
final da Nota de Solidariedade, a Presidência da CNBB “oferece
orações ao Senhor da Vida em favor das famílias, das comunidades da
Arquidiocese de Belo Horizonte, atingidas pelo rompimento da barragem da
mineradora Vale. Convidamos cada pessoa cristã a se associar aos irmãos e irmãs
que sofrem com a perda de seus entes queridos e de seus bens“.
Leia
a Nota, na íntegra:
NOTA SOLIDARIEDADE
“Toda
a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto”
(Rm 8,22)
A tragédia em Brumadinho,
região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, vem confirmar a profecia
de São Paulo VI: “Por motivo de uma exploração que não leva em consideração a
natureza, o ser humano começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser,
também ele, vítima dessa degradação (Discurso à FAO, (16/11/1970).
Por ocasião do “Desastre de
Mariana”, também em Minas Gerais, o Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB
afirmava que “é preciso colocar um limite ao lucro a todo custo que, muitas
vezes, faz negligenciar medidas de segurança e proteção à vida das pessoas e do
planeta” (25/12/2015). “O princípio da maximização do lucro, que tende a
isolar-se de todas as outras considerações, é uma distorção conceitual da
economia” (Laudato Sì, 195). Esse princípio destrói a natureza e a pessoa
humana.
É muito triste constatar que
o “desastre de Mariana” tenha ensinado tão pouco. É urgente que a atividade
mineradora no Brasil tenha um marco regulatório que retire do centro o lucro
exorbitante das mineradoras ao preço do sacrifício humano e da depredação do
meio ambiente, com a consequente destruição da biodiversidade. “O meio ambiente
é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos”
(Laudato Sì, 95).
As famílias e as comunidades
esperam da parte do Executivo rigor na fiscalização, do Legislativo,
responsabilidade ética de rever o projeto do Código de Mineração, e do
Judiciário, agilidade e justiça.
Unidos à família
arquidiocesana de Belo Horizonte, assumimos como nossas as palavras do seu
Arcebispo Dom Walmor Oliveira de Azevedo: “É urgência minimizar a dor dos
atingidos por mais esse desastre ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de
perto, a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis por mais um
triste e lamentável episódio, chaga aberta no coração de Minas Gerais. A
justiça seja feita, com lucidez e sem mediocridades que geram passivos, com
sentido humanístico e priorizando o bem comum, com incondicional respeito e
compromisso com os mais pobres” (25/01/2019).
A Presidência da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressa solidariedade e oferece orações
ao Senhor da Vida em favor das famílias, das comunidades da Arquidiocese de
Belo Horizonte, atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale. Convidamos
cada pessoa cristã a se associar aos irmãos e irmãs que sofrem com a perda de
seus entes queridos e de seus bens.
A esperança de viver na
“Casa Comum” anime os nossos passos, e a fé na ressurreição ilumine a nossa
dor!
Brasília-DF, 26 de janeiro
de 2019
Cardeal Sérgio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de Salvador
Vice-Presidente da CNBB
Arcebispo de Salvador
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
(Foto/home: Isac Nóbrega/PR/site público)
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