Somos chamados por Deus a sermos família
A grandeza de nossa vocação e missão não está tanto no
lugar que ocupamos na vida, mas no amor que colocamos onde nos encontramos.
A Igreja, constantemente, nos convida a uma reflexão da
vocação cristã no plano de Deus. Na perspectiva da fé cristã, a vocação se
apresenta como um chamado de Deus para toda pessoa e para toda a humanidade.
Refletirmos sobre a nossa
vocação cristã será sempre nos perguntarmos pela
razão de ser de nossa existência e por nossa missão dentro do tempo: “De onde vim?
Por que existo? Para onde vou?”.
Nossa primeira e universal vocação é o chamado à vida e à
santidade por meio do amor. São metas que para nós, simples mortais, só são
possíveis pela gratuidade do amor de Deus. Nosso primeiro ato de amor a Deus e ao outro é amarmos nossa vida, cada momento
dela, pois, sem nos amarmos, sem amarmos a vida, como poderemos amar a Deus e
aos outros?
Há uma diversidade enorme de ministérios vocacionais, sendo
a vocação fundamental, a vocação para o amor em família e na família. Nossa
opção pela família, pela vivência no amor em família segundo os valores
evangélicos, é e será sempre o que de melhor poderemos dar a nós próprios, aos
que amamos e aos homens de nosso tempo.
A família é a
escola primeira da vida e dos valores. É a igreja doméstica
Deus nos chamou para vivermos e existirmos como
imagem e presença vivas d’Ele no casamento, na família, na comunidade, na
igreja e na humanidade. Neste mês, em que somos convidados a refletir sobre as
vocações, como não refletirmos sobre nossa família? Como não vivermos na
relação homem-mulher, pais e filhos, família e comunidade, Igreja e sociedade?
Sabemos que estamos vivendo um tempo de crise na
família, justamente no que se refere à formação de valores e princípios. O que
presenciamos, hoje, é a superpromoção dos antivalores, especialmente pela
mídia. Os pais que tentam transmitir aos filhos os reais valores são rotulados de caretas; e para se enquadrarem na
“modernidade”, tornam sua família extremamente permissiva, o que tem
contribuído para a sua própria desestruturação.
Se acreditamos, portanto, que a família é a célula
básica da sociedade, que reflexo terá essa desestruturação no seu
desenvolvimento? A resposta a essa pergunta é simples, está estampada na
primeira página dos jornais: violência, corrupção, miséria, má distribuição de
renda. Todos esses males representam uma sociedade que trocou o ser pelo ter.
Se quisermos, no entanto, ter uma sociedade
fraterna, solidária e justa, temos de atuar junto à criança, antes da formação
de sua personalidade, uma vez que os valores da personalidade se estruturam até
os seis anos de idade. Assim, pelo amor que damos aos nossos filhos, pelo
investimento que fazemos para que sejam bons cristãos, por meio da nossa presença, formaremos
famílias que serão a base da nova civilização do amor que tanto esperamos.
Fonte: Canção Nova (Fernando Cezar)
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