Não culpe Deus por suas infidelidades (Pe. Reginaldo Manzotti)
O tema que partilharemos é
“curar os ressentimentos”. Vamos pedir que o Senhor coloque a Sua mão poderosa
sobre nós, pois precisamos ser curados. Vem, Senhor, estende Sua mão e toca os
nossos corações.
Amados, devemos primeiro pedir
perdão ao Espírito Santo e a Deus, pois são a porta da
nossa cura. O que vamos
partilhar aqui é coisa muito séria, por isso que devemos nos abrir à ação do
Espírito, Ele nos dará a cura de que necessitamos.
Um dos maiores teólogos do nosso
tempo é o Papa Emérito Bento XVI, que nos ensinou por muito tempo a termos um
alicerce espiritual. Certa vez, ao ser perguntado por que crianças nascem cegas
ou sem um dos seus membros, ele se abaixou e com humildade disse: “eu não sei”.
Veja, Bento XVI é um dos grandes teólogos, mas com humildade reconheceu o
mistério de Deus que nos envolve.
Existem muitas pessoas que estão
revoltadas com Deus e muitas delas nem admitem que precisam passar por este
processo de perdão. Você pode me questionar: “Como assim perdoar a
Deus?” Estamos num momento, meus amados, que precisamos nos perdoar pela imagem
falsa que temos de Deus. A imagem que criamos e que não é a verdade. Deus é
sumamente misericordioso. Ele é providente, e a sua providência é acima de tudo
bondosa, sábia e imutável.
Em Mt 11, 25-30 lemos: “Por
aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do
céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as
revelaste aos pequenos. Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu
agrado. Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho,
senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho
quiser revelá-lo. Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu
vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou
manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque
meu jugo é suave e meu peso é leve.”
Nós devemos louvar a este Deus
que é Pai, Ele é o nosso paizinho. Neste texto, por três vezes Jesus chama a
Deus de Pai e somos convidados a também nos relacionar assim com Ele.
Deixe um pouco sua razão de lado
e reconheça que somos chamados a ir diante de Deus com humildade. O plano Dele
para nós é a chave fundamental para que entendamos as nossas limitações que
carregaremos a vida inteira. Somos chamados a olhar para Ele na sua providência
bondosa, sábia e imutável. Quem é Deus para você? Ele é Pai.
Enfatizo isto, pois daqui
decorre o projeto de Deus. Quando falo em perdoar a Deus, me refiro às pessoas
que são indiferentes a Ele. Agem como se Deus fosse alheio a nossa realidade. É
como se Ele tivesse nos criado e ficasse assistindo a nossa vida “de camarote”.
Isto não é real. Deus se compadece de nós.
O problema é que esta imagem falsa torna as pessoas
indiferentes a Ele. Muitas vezes, culpamos Deus por tudo o que
acontece conosco. Sempre O colocamos como culpado! Se estamos desempregados ou
se estamos travando a luta como uma doença grave, falamos que foi Deus quem
quis. Amados, se o próprio Bento XVI não teve resposta para tal pergunta, faz
com que não tenhamos também a resposta para este mistério.
Você pode até dizer: “Não quero um Deus assim”. Não, meus
irmãos, somos filhos Dele e O temos como Pai. Nós como cristãos católicos somos
irmãos, pois estamos na Igreja criada por Ele. Temos uns aos outros, e por
isso, mesmo nas dificuldades, creia que Deus nos olha como filhos.
Não transfira a frustração que você teve com as pessoas
para Deus. Isto não tira nossos processos de cura em relação às pessoas, mas
faz clarear nossas atitudes para com Deus.
Se você teve uma experiência com seu pai que não foi
satisfatória, cheia de muitas dores, ao rezar o “Pai Nosso” talvez você
tenha dificuldade e não consiga ter um relacionamento de cura com
Deus. Precisamos ser curados.
Você acha que Deus quer a guerra no mundo ou atualmente no
Iraque? Ou ainda você acha que Deus quer que vivamos no pecado ou que
mendiguemos afeto? Não culpe Deus por suas infidelidades.
Temos a figura de Jó no Antigo Testamento, que sofreu
muitas situações, mas em nenhum momento culpou a Deus por tudo o que lhe
acontecera.
Fonte: Canção Nova
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