Papa aceita renúncia ao governo pastoral da Arquidiocese de Lyon apresentada pelo cardeal Barbarin
O administrador apostólico Dom Michel Dubost, a
quem o Papa Francisco pediu para dar continuidade ao encargo a ele conferido em
24 de junho do ano passado, afirma que a arquidiocese em breve terá um novo
pastor e exorta a viver sua chegada como uma "oportunidade para uma renovação
na unidade”.
“Acreditamos que estamos vivendo um momento
importante para a diocese. Viramos
página. Uma página cheia de momentos
extraordinariamente ricos pelos quais agradecer (...) e também marcados pelo
drama e pela provação".
É o
que afirma em uma mensagem o administrador apostólico da Arquidiocese de Lyon,
Dom Michel Dubost, divulgada após o Papa Francisco ter aceito a renúncia do
cardeal Philippe Barbarin ao governo pastoral da Arquidiocese.
Dom
Dubost marcou um encontro com os fiéis no dia 15 de maio, às 19h, na Catedral
de São João, para saudar o cardeal.
O administrador apostólico, a quem o Pontífice
pediu para dar continuidade ao encargo a ele conferido em 24 de junho do ano
passado, agora em sede vacante, afirma que a Arquidiocese em breve terá
um novo pastor e exorta a viver sua chegada como uma "oportunidade para
uma renovação na unidade”.
"Para nós, não há melhor maneira de nos
preparar para o amanhã do que permanecer missionários, viver a missão que
Cristo nos conferiu e continuar a caminhar com Ele nos caminhos dos
homens", conclui Dom Dubost.
Renúncia apresentada em março de 2019
O Papa Francisco havia recebido o cardeal Barbarin
em audiência em 18 de março de 2019. No dia seguinte, o então diretor interino
da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, havia comunicado a decisão
do Pontífice de “não aceitar a renúncia” apresentada pelo purpurado.
“Consciente, porém, das dificuldades que vive a arquidiocese neste momento”,
continuou Gisotti, “o Santo Padre deixou o cardeal Barbarin livre para tomar a
melhor decisão pela diocese”. O arcebispo de Lyon decidiu se retirar por um
período, solicitando ao padre Yves Baumgarten, vigário-geral, para assumir a
condução da diocese.
Na ocasião a Santa Sé reafirmou sua proximidade “às
vítimas de abusos, aos fiéis da Arquidiocese de Lyon e à toda a Igreja na
França, que vivem um momento particularmente doloroso”.
Entenda o caso
O cardeal Barbarin havia sido condenado pelo
Tribunal de Lyon a seis meses de prisão. A sentença publicada em 7 de março de
2019 o reconheceu “culpado por não ter denunciado os maus tratos” sofridos por
um menor entre 2014 e 2015.
Depois
de ter recorrido da sentença, a Corte de apelação do Tribunal penal de
Lyon emitiu uma decisão em 30 de janeiro de 2020, absolvendo o cardeal
Barbarin, em conformidade com os pedidos do procurador formulados ao término
das audiências realizadas em novembro.
O
purpurado havia se apresentado em 28 de novembro diante da Corte de Apelação de
Lyon. Mediante seus advogados, havia apresentado um recurso contra a sentença
de condenação pronunciada pelo Tribunal em 7 de março de 2019.
“Jamais,
repito, jamais procurei esconder nada, e muito menos esses fatos terríveis”,
havia se defendido o purpurado diante do juiz, por ocasião da primeira
audiência. Depois, com a condenação, diante das telecâmeras, Barbarin anunciou
a decisão de ir até o Papa Francisco apresentar-lhe o pedido de renúncia, a
qual, porém, não foi aceita na época, por “presunção de inocência”.
Fonte: Vatican News
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