VOCÊ NÃO É DIZIMISTA POR...?
Quem
trabalha com a pastoral do dízimo, ou quem se dispõe a discutir o
assunto já deve ter ouvido inúmeros argumentos tanto contra quanto
a favor do cumprimento deste que é um compromisso bíblico
fundamental para a sustentação da comunidade de fé.
Quem
é a favor, geralmente utiliza o que acabo de escrever como um dos
principais argumentos a favor, ou seja: que o dízimo é algo
bíblico e fundamental para a manutenção da Igreja.
Por
outro lado há aqueles que não gostam sequer de ouvir o tema dízimo
que já se arrepiam, saem com pedras nas mãos e fogem do assunto
afirmando que “não entrego meu dinheiro pra padre andar por aí de
carro novo, ou ainda, A Igreja é rica. O Vaticano deveria
vender todo o ouro que tem e dar para os pobres, etc...
Por
que essa diferença de posicionamento a respeito de algo que é
inerente à religião, uma vez que consta em páginas e páginas da
Bíblia, tida por todos os cristãos como a Sagrada Escritura ou a
Palavra de Vida escrita por homens, mas inspirada por Deus?
Tem
a ver com outro assunto muito discutido em todas as comunidades: a
formação das pessoas. Em minhas palestras sobre o assunto sempre
digo que, em relação ao dízimo, temos um problema de raiz, afinal
de contas, quantos de nós estudaram ou receberam instrução sobre
dízimo na catequese? Quando faço essa pergunta, dificilmente algum
braço se levanta.
E
depois, em nossa caminhada como membros da comunidade, na qual nos
tornamos integrantes de pastorais e movimentos, nos tornamos
Ministros da Sagrada Comunhão, catequistas, etc, quantas vezes
recebemos formação sobre dízimo ou oferta?
Esta
falta de formação não é exclusiva quando o tema é dízimo. Claro
que não! Mas em termos de dízimo e oferta temos muito ainda que
estudar, meditar, rezar e praticar... acima de tudo praticar.
Daí
que, quando alguém tenta levantar o assunto para um aprofundamento,
logo a conversa se torna um bate-boca, com alguns vociferando contra
e outros se posicionando favoravelmente. O que vemos, então, é uma
batalha entre argumentos de um lado e pretextos de outro.
Pensando
nisso, fui ao dicionário para esclarecer a diferença entre um e
outro termo. Vamos a eles! Com mais ou menos explicações, os
dicionários acabam por nos explicar que Argumento é “um
raciocínio de onde se tira uma conclusão. Um arrazoamento, uma
prova que serve para afirmar ou negar um fato”. Por outro
lado, Pretexto é “razão inventada que se alega para
ocultar o verdadeiro motivo pelo qual se faz ou deixa de fazer uma
coisa; escusa, desculpa.”
Que
diferença isso faz? Quando o cristão vive a sua fé embasada no
conhecimento da Palavra ele vai se utilizar de argumentos para
explicar as razões, os motivos pelos quais devemos assumir o dízimo
como compromisso e quais as conseqüências para a comunidade que não
tem o dízimo como verdadeira Pastoral. Já para os que não tem esse
conhecimento, não resta outra coisa se não basear-se em pretextos,
desculpas, coisas que ouviu dizer mas não conhece o fundamento.
E
que conseqüência prática tem isso para a paróquia ou diocese?
Bom, aqui está um tema bastante profundo e, certamente, gerador de
outras inúmeras discussões, mas podemos afirmar que quando a
comunidade escolhe outros caminhos para sua sustentação, segue pelo
caminho da não formação, no qual se desgastam suas lideranças com
a promoção e venda de bingos, rifas, leilões, festanças cujo
principal ingrediente, e o mais lucrativo, é a bebida alcoólica que
deixa atrás de si um triste rastro de malefícios sociais,
familiares e pessoais. Ora, que se esperar de uma comunidade que
prefere seguir por este caminho?
Em
contrapartida, a comunidade que opta pelo Dízimo, assim como orienta
a CNBB em seu livro Estudos da CNBB – número 8 – Pastoral
do Dízimo, vai seguir pelo caminho da formação e da organização
tendo como meta a implantação de uma verdadeira Pastoral do Dízimo
que realizará o trabalho permanente de catequese. Não é difícil
prever que futuro terá uma comunidade que segue por este caminho,
não é mesmo?
Bom,
se é verdade que o dízimo que temos é espelho da comunidade que
somos, então devemos questionar: estamos sendo comunidade de
formação e argumentos, ou comunidade de não formação e
pretextos?
Fraternalmente
Autor:
Odilmar Franco
42
9947 7212
Comentários
Postar um comentário