Portugal: Abstenção, “a marca que nos magoa a todos, democratas”
D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, analisa para a
Vatican News as eleições legislativas 2019 que deram a vitória, sem maioria
absoluta, ao partido socialista.
A interrogação é D. Américo
Aguiar, bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, a propósito dos elevados
níveis de abstenção, (45,50%), nas eleições legislativas do passado domingo, 6
de outubro, em
Portugal.
Portugal.
O Partido Socialista venceu com
36,65% dos votos e 106 deputados eleitos, quando falta atribuir os quatro
mandatos da emigração. O PSD foi o segundo partido mais votado, com 27,90% dos
votos e 77 deputados.
Elegeram ainda deputados para a
Assembleia da República BE (9,67% dos votos e 19 deputados); CDU (6,46% e 12
deputados); CDS-PP (4,25% e 5 deputados); PAN (3,28% e 4 deputados); Chega
(1,30% e 1 deputado); Iniciativa Liberal (1,29% e 1 deputado) e Livre (1,09% e
1 deputado).
“A marca mais evidente que nos magoa
a todos, democratas, é o peso cada vez mais significativo e preocupante da
abstenção”, diz D. Américo Aguiar que considera que é “tempo de nos sentarmos
como sociedade e de refletirmos um bocadinho o que é preciso fazer para
convencer metade dos portugueses a irem votar”.
No contexto da nova legislatura,
o prelado espera que “os senhores deputados saibam e queiram e gostem de
discutir aquilo que são os seus valores e os seus princípios, o que
representam”, sobretudo “quando chegam àqueles assuntos que são de consciência,
são de particular importância para Portugal e para os portugueses, e que vão
definindo o que é ser português hoje, o que é ser português século XXI”.
Já sobre matérias sensíveis e de
fronteira que têm pautado a agenda politica em Portugal, como é o caso da
eutanásia, D. Américo Aguiar diz que em relação a esse assunto se devia
“libertar a temática de uma leitura religiosa”, e deixa um desafio no sentido
da defesa da vida “como um Dom, como intocável”.
O Bispo auxiliar de Lisboa pede
aos deputados para serem “capazes de se isolar um bocadinho do ruido mediático
e das pressões que vêm doutras doutrinas e de outras cartilhas, e serem capazes
de refletir e, na hora da verdade, tomar as decisões de acordo com a sua
consciência”.
Nesta entrevista à VATICAN NEWS,
o bispo ligado à organização das JMJ em Lisboa/2022 desafia ainda os deputados
eleitos a” pensar nas quatro colunas da doutrina social da igreja”, ou seja, a
dignidade da pessoa humana, a subsidiariedade, o bem comum, e a solidariedade -
caridade.
“Se estas quatro colunas
estiverem presentes, acredito que no fim da legislatura Portugal e os
portugueses estarão melhores”, conclui D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de
Lisboa.
Fonte: Vatican News
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