Gabão. Apelo dos Bispos: perante os males da sociedade, a Igreja não se cala
"A Igreja denuncia os males que surgem na
sociedade e desafia as consciências, não pode permanecer em silêncio": é
quanto escreve D. Mathieu Madega Lebouakehan, Bispo de Mouila e presidente da
Conferência Episcopal do Gabão (Ceg).
A mensagem de D. Madega, divulgada no domingo, 1 de
março, e publicada no site da Recowa-Cerao (Assembleia dos Bispos da
Conferência Episcopal Regional da África Ocidental), vem depois de se ter
verificado, naquele País africano, o ressurgir de inúmeras
violências,
sequestros e assassinatos rituais: crimes contra os quais – lê-se no texto - a
Igreja sempre levantou a sua voz.
Homicídios rituais, um mal abominável e
indescritível
"Os líderes da Igreja Católica - escreve D.
Madega - sempre denunciam esses crimes e apenas aqueles que estão distraídos,
não frequentam a Igreja ou não a respeitam, podem dizer que ela está em
silêncio". Como prova disso, o prelado recorda que, no dia 28 de dezembro
de cada ano, “a Igreja do Gabão reza pelas vítimas dos homicídios rituais, que
são um mal abominável e indescritível. Essa também apóia a Associação para a
luta contra tais crimes (Alcr).
Defesa da vida opção fundamental da Igreja
O Bispo de Mouila sublinha ainda a posição da
Igreja sobre a vida humana e afirma: "A cultura da defesa da vida, da sua
concepção à morte natural, é uma opção fundamental para a Igreja no Gabão, em
todos os momentos e em todos os lugares". Daí, o convite do prelado aos
fiéis para usarem "o discernimento" e não ouvirem "as mensagens
portadoras de sementes da morte".
"A fé é um dom vital e muito precioso, escreve
ainda o presidente da Ceg. Como cristãos, devemos evitar aquelas mensagens que
profanam e desfiguram a Igreja", porque "acreditar na Igreja e, ao
mesmo tempo, denegri-la, não é digno de um cristão”.
Ler a Bíblia, distanciar-se de interpretações
erradas
Por isso, D. Madega exorta aos fiéis a lerem a
Bíblia, que relata "a verdade", distanciando-se de
"interpretações erradas das Sagradas Escrituras que utilizam versículos
fora do contexto". A esperança do presidente da Ceg é que estas palavras
possam ajudar "a quem anda distraído a converter-se, a conhecer a verdade
e a voltar à razão, libertando-se das redes do mal que o mantêm prisioneiro”.
Fonte: Vatican News
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