Notícia Especial do Papa: “Pedi ao Senhor: com a tua mão detenha a epidemia”
“Pedi ao Senhor para deter a epidemia: Senhor,
detenha-a com a tua mão. Rezei por isso”. Assim respondeu Francisco na
entrevista ao vaticanista Paolo Rodari, divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo
jornal italiano Repubblica. O jornalista perguntara ao Papa a quem era dedicada
a oração no domingo à tarde, durante sua visita às igrejas romanas de Santa
Maria Maior e São Marcelo al Corso.
Ao propor como viver estes dias difíceis o Papa
disse: “Devemos reencontrar a concretude das pequenas coisas, das pequenas
atenções para com os que estão perto de nós, familiares, amigos. Entender que o
nosso tesouro encontra-se nas pequenas coisas. Há gestos mínimos, que às vezes
se perdem no anonimato da cotidianidade, gestos de ternura, de afeto, de
compaixão que todavia são decisivos, importantes. Por exemplo, um prato de
comida, uma carícia, um abraço, um telefonema… são gestos familiares de atenção
aos detalhes do dia a dia que fazem com que a vida tenha um sentido e que
exista comunhão e comunicação entre nós”.
Gestos concretos em família
“Às vezes – acrescentou Francisco – entre nós
existe apenas uma comunicação virtual. Ao invés, nesta situação, devemos
descobrir uma nova proximidade. Uma relação concreta feita de atenção e
paciência. Muitas vezes as famílias fazem as refeições juntas em casa em um
grande silêncio, porque os pais olham televisão e os filhos ficam no celular.
Parecem um grupo de monges isolados um do outro. Aqui não há comunicação; ao
passo que escutar o que outro fala é importante para que se compreendam as
necessidades, dificuldades, desejos. Há uma linguagem feita de gestos concretos
que deve ser salvaguardada. Na minha opinião a dor destes dias deve-se à falta
desta concretude, destes gestos nas famílias”.
Exemplos de concretude
O Papa deu uma particular atenção aos trabalhadores
da área da saúde, aos voluntários e aos familiares das vítimas: “Agradeço os
que se dedicam aos outros deste modo. São um exemplo desta concretude. E peço
que todos estejam próximos dos que perderam seus familiares, tentando dar-lhes
força em todos os modos possíveis. Neste momento a consolação deve ser o
empenho de todos”. Francisco disse que ficou impressionado, a este propósito
por um artigo publicado recentemente pelo jornalista Fabio Fazio, em particular
quando afirma que “os nossos comportamentos influenciam sempre a vida dos
outros”, citando o exemplo dos que, não pagando impostos, fazem com que falte
serviços de saúde.
Esperança e amor
Por fim, Francisco convida todos à esperança,
também aos que não creem: “Todos são filhos de Deus e são cuidados por Ele.
Mesmo os que ainda não encontraram Deus, quem não tem o dom da fé, pode
encontrar o caminho na esperança, nas coisas boas em que acredita: pode
encontrar a força no amor pelos próprios filhos, pela família, pelos irmãos.
Alguém pode dizer: “Não posso rezar porque não creio”. Mas ao mesmo tempo,
pode-se crer no amor das pessoas que tem ao seu redor e ali encontrar
esperança”.
Fonte: Vatican News
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