Desafio nas redes sociais: jovem motiva católicos a ler a Bíblia
Já
pensou receber um convite por meio das redes sociais para ler diariamente a
bíblia? Os seguidores das redes sociais do missionário da Comunidade Canção
Nova, Roger Ferrari, foram convidados no dia 1º de setembro, início do mês dedicado à Bíblia Sagrada,
a aderir ao que ele denominou de “Desafio: 30 dias com a Bíblia”. A ideia de
propor a meditação diária da palavra surgiu, de acordo com o missionário,
durante uma reflexão noturna sobre o quanto a leitura da bíblia havia
transformado sua vida.
“Fiquei
pensando em como a Palavra de Deus poderia ser levada, em como as pessoas
poderiam ter uma experiência com Deus assim como eu tive e tenho, e foi quando
senti que Jesus pedia que eu lançasse esse desafio, e resolvi fazer isso por
meio da internet. Para ser bem sincero pensei: ‘Será?’ e foi quando tive uma
surpresa, mesmo não tendo dimensão do que poderia acontecer”, conta o jovem.
Há 6
meses morando na casa de missão da comunidade em Jerusalém (Israel), Roger
relata que logo que postou nas suas redes sociais a proposta do desafio pegou
no sono. Com uma diferença de 6h do fuso horário de Jerusalém para o de
Brasília, os brasileiros receberam a proposta por volta das 16h do dia 1º de
setembro. “Quando acordei no outro dia e vi muitas pessoas aderindo ao desafio
e vivendo essa proposta, fiquei muito assustado”.
O
desafio lançado pelo jovem consiste em ter contato com a Palavra de Deus
durante todos os dias do mês de setembro. “Muitas pessoas dizem que não têm
tempo, porém lancei o desafio da leitura do evangelho do dia, já que muitas
pessoas não vão à Missa diariamente. Desta forma, a pessoa poderia deixar a
desculpa do tempo e ter o contato da bíblia. (…) Propus também algumas coisas
ao longo do mês, como: retirar 10 ou 15 minutos de navegação na internet para
ter o contato com a Palavra de Deus e transformar as leituras em algo prático,
por exemplo, em uma mudança espiritual ou em atitudes com o próximo”, explicou.
O
contato com a Sagrada Escritura é essencial para a vida de fé de todos os
cristãos, afirma o padre Wagner Souza, vigário da Paróquia Santa Teresinha, em
Seropédica (RJ). “A Bíblia é o instrumento mais eficaz que podemos ter nas
mãos, quando buscamos estabelecer um diálogo com Deus. É por meio das Sagradas
Escrituras que Ele fala ao coração e à vida do seu povo”, observou. O sacerdote
apontou: “Infelizmente, hoje são poucos os que desenvolvem a escuta de Deus,
nossas orações se resumem em uma petição infinita, que acaba nos fechando cada
vez mais no egoísmo e no desespero, simplesmente, porque não ouvimos a Deus”.
Através
da leitura contínua das Escrituras, padre Wagner afirma ser possível
compreender três coisas: a natureza de Deus; o desejo de Deus e como Ele age a
favor de seu povo ao longo do tempo. “Sabido dessas realidades, o fiel consegue
ter mais firmeza, disposição e coragem para prosseguir a caminhada; pois
percebe que não está sozinho e suas situações não são inéditas”, frisou.
Os
resultados do desafio
Roger
revela que ficou muito feliz com o retorno que vem obtendo do “Desafio: 30 dias
com a Bíblia” e que suas redes alcançaram maiores proporções. “Desde o começo
do mês, o número de pessoas que interagem comigo nas redes sociais cresceu
muito, acho que a publicação do desafio alcançou mais de 10 mil pessoas e o meu
perfil nas redes ganhou aproximadamente 2 mil seguidores”, contou.
Do
público que aderiu a proposta, o missionário conta que 95% são jovens e muitos
o enviaram mensagens com testemunhos. “Recebi muitas mensagens o mês todo, de
pessoas de várias partes do Brasil. Foi muito bacana ver o retorno, ler os
testemunhos, pessoas me agradecendo por eu ter lançado o desafio, outras
dizendo que estavam sendo alcançadas pelas mensagens do desafio”.
Tecnologia
e religiosidade
Apesar
de o desafio ter sido realizado nas redes sociais, e elas serem também hoje
ferramentas para a evangelização, assim como aplicativos e outras plataformas
online, padre Wagner alerta para o uso consciente destes meios. “Penso que
assim como a maioria dos católicos tem a Bíblia aberta no Salmo 90, com as
páginas amareladas, enfeitando algum móvel da sala de suas casas, da mesma
maneira agem com alguns desses aplicativos. Estes estão nos aparelhos
eletrônicos, mas nem sempre são utilizados pelos que dele poderiam tirar maior
proveito”.
“A
tecnologia pode ajudar muito em relação ao nosso aprofundamento na Palavra de
Deus, mas pode também atrapalhar. É legal a gente se conhecer, usar os
aplicativos de uma forma que nos ajude e não prejudique. (…) Unir experiência
com Deus e tecnologia poder ser uma graça ou uma dificuldade. Estou do outro
lado do mundo e a minha mensagem está chegando em várias lugares do Brasil,
isso é graça, mas é também difícil porque há muitos outros fatores de distração
quando se está diante de uma tela de celular”, opinou Roger.
O
sacerdote ressaltou também que as facilidades tecnológicas nunca devem
substituir, e muito menos diminuir o valor e a exigência do Livro Sagrado
impresso, sendo meios para ajudar em situações de emergência, uma vez que ler
um texto sagrado, fazer uma oração, exige silêncio, disposição interior e foco.
“No aparelho celular, por exemplo, enquanto leio um texto, faço uma prece, é
possível ser confundido pelas distrações de outros instrumentos de comunicação
que não tem por finalidade a Evangelização”, reiterou.
Evangelização
O
mandato de Jesus aos discípulos constitui para os cristãos, segundo padre
Wagner, a obrigação de evangelizar, por todos os meios, a fim de que a
verdadeira proposta de vida e salvação chegue ao máximo de pessoas. Entretanto,
o sacerdote adverte para a necessidade de conhecimento:
“Não
se pode ensinar aquilo que não sabe, nem defender algo desconhecido.
Infelizmente, a maioria dos católicos desconhece, não só as Escrituras, mas os
ensinamentos da Igreja, inclusive o Catecismo, e aí, em vez de evangelizar,
acaba por infernizar os ambientes virtuais, querendo impôr suas opiniões a todo
custo, e resumir a proposta do Magistério ou da Tradição às suas próprias
interpretações”.
Para o
missionário da Canção Nova, a evangelização pelas pelas redes sociais é vista
como uma responsabilidade. “Antes de mais nada, a gente precisa viver ou
buscar, tentar viver o evangelho para poder divulgar. Então não adianta eu
tentar evangelizar se eu não vivo”, alertou.
Fonte: Canção Nova
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