Anunciadas as Transferências de padres para 2020 na Diocese de Juazeiro-BA
TRANSFERÊNCIAS PARA 2020
Depois de conversas pessoais marcadas
por um discernimento à luz da fé e da missão própria dos presbíteros, o que
inclui missionariedade e itinerância, ouvindo o parecer do Conselho Presbiteral
e considerando o bem dos fiéis, comunicamos a todos os interessados as
seguintes transferências e nomeações de presbíteros de nosso Clero:
PADRE JOSEMAR MOTA DA SILVA – da Paróquia Nossa Senhora das
Grotas – Catedral para a Paróquia São João Batista, de Uauá. Pároco.
PADRE JOSÉ ERIMATÉIA DE OLIVEIRA – da Paróquia São João Batista,
de Uauá, para a Paróquia Nossa Senhora das Grotas- Catedral. Pároco.
PADRE ANTONIO FERNANDES DIAS – da Paróquia São Francisco de
Assis, Maniçoba – Juazeiro, para a Paróquia Santa Teresinha, Juazeiro. Pároco. Ecônomo
Diocesano.
PADRE IBIS CASSIUS DEMETRIUS DE S.
PEREIRAL – da
Paróquia Santa Teresinha, Juazeiro, para a Paróquia São Francisco,
Sobradinho. Pároco.
PADRE VALMIR COLOMBO, da Paróquia São Francisco,
Sobradinho, para a Paróquia São Francisco de Assis, Maniçoba – Juazeiro. Pároco.
PADRE JODEAN AMANCIO DOS SANTOS, de Feira de Santana, Vice-Reitor do
Seminário, para a Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Juazeiro. Vigário
Paroquial. Coordenador do Serviço de Animação Vocacional (SAV).
PADRE GILVAN RÉGIO (concluindo seu Curso de
Mestrado em Direito Canônico pelo Pontifício Instituto Superior de Direito
Canônico, no Rio de Janeiro) – Vigário Paroquial das Paróquias
Nossa Senhora de Fátima, Juazeiro, e São José, Sento Sé. Juiz Instrutor
da Câmara Eclesiástica Diocesana (a ser criada).
PADRE WALTERSON VARGAS – Vigário da
Área Pastoral Santa Teresinha, Carnaíba do Sertão, nomeado responsável pelo
acompanhamento dos seminaristas maiores da Diocese.
PARA QUE FAZER TRANSFERÊNCIAS
(Dom José Carlos Campos, Bispo de Divinópolis-MG)
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Por que o Bispo precisa transferir
padres? Esta pergunta, olhando as reações a essa prática comum na Igreja,
poucos se fazem ou buscam respostas. Normalmente ficam em posturas mais
afetivas ou possessivas: “nosso padre”, “ele estava bem aqui”, “ele não pode
sair”, “o senhor não pode tira-lo de nós”… Apesar de haver também os que querem
ver longe o padre que têm e apresentam até listas de “queremos estes”. Este
tempo é sempre de fadiga e de caras feias. Mas de aprendizado e de graça!
Vamos jogar alguma luz sobre isso! O
Bispo não transfere porque tem prazer em fazer isso, porque simplesmente “faz
parte” ou porque quer exercitar sua capacidade de reorganizar Diocese a cada
ano. Antes de reclamar ou reagir, pense nestas palavras:
A transferência não é um ato arbitrário
e autoritário que recai e pesa sobre a pessoa do bispo. As decisões e
transferências são pensadas e construídas num conselho de padres, demandam
longas conversas e, às vezes, várias reuniões. Não estamos brincando com
pessoas. Os padres são colaboradores indispensáveis e preciosos do bispo, que
não tem de cuidar desta ou daquela paróquia, mas de todas, ao mesmo tempo.
Todas as transferências foram conversadas, construídas com cada padre. Ninguém
foi transferido “a ferro e fogo”, acorrentado e arrastado. Até isso, é bom não
esquecermos, pois Jesus o previu a Pedro (Jo 21,15-19). Acerca dos
transferidos, houve uma ou mais propostas, uma justificativa, um convite, uma
decisão tomada a dois ou a três. Sei o quanto é difícil transmiti-la ao povo,
mas ela não foi impositiva e vertical.
Normalmente, e isso é humano e bom,
criam-se amizades fortes e importantes com o padre durante o tempo, curto ou
longo, de permanência, mas não se pode esquecer que o padre não é “seu” ou
“nosso”, mas é da Igreja, da Diocese e colaborador do bispo. Isso não é
arbitrário, é da natureza da nossa vocação sacerdotal e episcopal.
A justificativa de o padre ser bom e
querido, ter pouco tempo ali, ter feito bons trabalhos, tudo isso é louvável,
mas os critérios são mais abrangentes. A vida paroquial é um leque de
responsabilidades, competências e interlocuções. Ninguém é bom em tudo (ou
poucos são bons em tudo!). Daí a necessidade de se avaliar a permanência ou não
por critérios que ultrapassam o afetivo e o prático. A vida paroquial,
sobretudo para os que estão sozinhos numa paróquia, exige múltipla atenção e
variada atuação por parte do padre. Aprender isso é um caminho. Nem sempre
feito no lugar onde o padre se encontra no momento.
É mais fácil apresentar o pedido de
transferência quando a permanência já se esticou e até ultrapassou tempos
legais. A mudança fará bem a todos, ao padre e à comunidade. Isso obriga a
repensar relações, modos de servir e processos novos. Ninguém goza de estabilidade
indefinida, nem os bispos! Prazos ajudam a gente a rever muitas posturas,
manias e relações.
Há também a postura fechada que
assegura que a paróquia “nunca será a mesma” se o padre sair. Nem a paróquia
nem ninguém é o mesmo nunca. Cada dia, cada pessoa, cada situação põem
acréscimos novos (bons ou maus). Como posso saber que o outro que vem é, por
antecipação, incapaz de continuar e fazer avançar um processo iniciado? Não é
precipitação e preconceito? Vidas e relações experimentamos não a partir de
fora, mas a partir de dentro.
Se um determinado sacerdote é dotado
de muitas qualidades e competências a ponto de trazer grandes alegrias e
avanços a uma comunidade, ele não pode ser possuído por esta comunidade como um
“bem inalienável”. Outros lugares precisam dele e dos seus dons. Ele pode ser o
pastor que a comunidade vizinha precisa em vista de suas demandas pastorais,
espirituais, administrativas, humanas…
última coisa, mesmo tendo ainda
outras considerações, é que nós, padres diocesanos, não estamos desobrigados da
dimensão missionária da nossa vocação sacerdotal. Por mais que eu tenha meus
gostos e meu perfil, não posso me limitar ao universo de duas ou três paróquias
que “teriam meu estilo”. A missão se vive em tempos e modos diferentes. Numa paróquia
com a qual eu me identifico menos, talvez não fique tanto tempo como numa outra
mais conforme meu perfil, mas isso não me dispensa de pequenas experiências.
Elas têm uma força de testemunho diante do povo de Deus, dos demais irmãos
padres e dos seminaristas.
“É
preciso visitar os cemitérios para ver os nomes de tantas pessoas que se
consideravam imunes e indispensáveis” (Papa Francisco, em discurso aos
prelados da Cúria, em dezembro de 2014)
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