As crises do homem moderno e a vivência católica
Reflita sobre a
virtude da mansidão
No início, praticamos a mansidão ao combatermos a
cólera e o desejo da vingança, bem como todos os movimentos apaixonados da alma.
O próximo passo, depois de já ter conseguido
superar as primeiras paixões, é procurar atrair para si a mansidão de Jesus
Cristo, essa que Ele nos ensina por palavras e
exemplos. Ele prega o Evangelho
com paz e serenidade, Ele não acabará de quebrar a cana rachada nem extinguirá
a mecha que ainda fumega. Para com os apóstolos, Seu procedimento é cheio de
doçura, suportando os seus defeitos, ignorâncias e rudezas; revela-lhes a
verdade senão gradualmente, deixando o Espírito completar a obra. Defende-se
frente aos fariseus e os repreende quando faltam com amor às crianças, ou
quando Seus apóstolos querem que desça fogo do céu. Pede a simplicidade das
pombas, e que sejamos como cordeiros que vão ao matadouro.
Jesus perdoa os pecadores ao menor sinal de arrependimento. Até
aos inimigos se estende a sua mansidão: Judas, que ainda recebe o nome de
amigo, e aos que O condenam suplicando o perdão.
Para imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, evitaremos
disputas, gritos, palavras ou ações injuriosas ou ásperas, para não
afugentarmos os tímidos. Nunca devemos pagar o mal com o mal nem agir na
cólera; devemos nos calar quando estivermos irados.
Procuraremos, ao contrário, tratar com delicadeza
todos os que de nós se aproximam; conservar para com todos semblante alegre e
afável, ainda quando nos cansam e enfadem, acolher com particular bondade os
pobres, os aflitos, os doentes, os pecadores, os tímidos e as crianças; adoçar
com palavras meigas as repreensões que somos obrigados a dar; restar serviço
com santa solicitude, fazendo até algumas vezes mais do que se pede, e,
sobretudo fazendo-o com a maior delicadeza.
Vamos aprender
a viver as virtudes cardeais
Terminamos aqui a exposição das virtudes cardeais.
a) Elas disciplinam, abrandam e aperfeiçoam todas
as nossas faculdades, submetendo-as o império da razão e da vontade. Assim se
restabelece pouco a pouco em nossa alma a ordem primitiva, a submissão do corpo
à alma, das faculdades inferiores à vontade.
b) Fazem ainda mais: não somente suprimem os
obstáculos à união divina, senão que já começam essa união, porque a prudência
que adquirimos é já uma participação da sabedoria de Deus; a nossa justiça, uma
participação da sua justiça; a nossa fortaleza vem de Deus e une-nos a Ele; a
nossa temperança faz-nos participar do belo equilíbrio da harmonia que nele
existe. Quando obedecemos aos nossos Superiores, é a Ele que obedecemos; a
castidade não é senão um meio de nos aproximarmos da sua pureza perfeita; se a
humildade faz o vácuo em nossa alma, é para a encher de Deus; e a mansidão não
é senão uma participação da doçura do mesmo Deus.
Conteúdo baseado no livro COMPÊNDIO DE TEOLOGIA
ASCÉTICA E MÍSTICA – Autor Adolf Tanquerey
Reproduzido do
site cançãonova.com
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